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27-04-2005

Habemus Papam: Benedictum XVI


Pluralidade

Hoje, uma terça-feira tão normal quanto outras senão fosse o decorrer do Conclave no Vaticano para a eleição de um novo Papa para a Igreja Católica.

Roma e o mundo, desde segunda-feira (18 de Abril), aquando do fechar das portas da Capela Sistina, até hoje, às 17:50h (hora de Roma) quando a multidão vislumbrou o fumo branco, viveram momentos de grande expectativa, diria que serena, pelo menos para os católicos, que, depois da homenagem ao grande Papa João Paulo II, esperavam, agora, a eleição do seu sucessor, o novo Sumo Pontífice, com fé.

Este dia e meio de Conclave, com quatro escrutínios foi um dos mais rápidos da história da Igreja. O que não era previsto de todo, pois a imprensa, pelo menos a italiana, tinha, durante a última semana, noticiado correntemente que os cardeais se encontravam muito indecisos e dividos, dando imagem de uma Igreja a pedaços. O que de todo era uma análise falsa, superficial e relativista. A rápida eleição do novo Papa prova a comunhão entre aqueles que são apelidados de Príncipes da Igreja, os cardeais, expressão da pluralidade da Igreja congregados sob a moção Espírito de Deus.

Quando, pela 17:50h (hora de Roma), começou a sair fumo pela chaminé do telhado da Capela Sistina, a multidão procurou decifrar a sua cor. Não era esclarecedor, a olho nu, parecia branco. E, durante cerca de 15 minutos, o ambiente foi de incerteza até que os sinos da Basílica de São Pedro começaram a tocar. A mensagem passou e chegou a todas as partes do mundo, não estaríamos nós na era das comunicações.

Roma parecia desaguar na Praça de São Pedro, que ficou repleta, de um momento ao outro, de uma multidão compacta, com os olhos postos na janela central da Basílica de São Pedro, onde haveria de aparecer o novo Papa. A cada mínimo movimento nas cortinas da dita janela, a multidão rompia em aplausos e gritos de júbilo, mas logo se acalmava. Esperaram-se cerca de 45 minutos, sempre com os olhos fitos, e eis que a janela se abriu. E, com muita solenidade, a multidão fez-se toda ouvidos, aqui em Roma ou no mais remoto dos lugares desta terra, onde um homem ou mulher, crente ou não crente, em silêncio, escutou: annuncio vobis gaudium magnum: habemus papam! Cardeal Joseph Ratzinger com o nome de Bento XVI.

Não é aqui lugar, nem hora de fazer apologia especulativa sobre quem foi e é este homem, que aceitou ser o vigário de Cristo na terra, ou de como guiará os caminhos da Igreja, pois, para os crentes católicos, esta é a vontade e escolha de Deus, manifestada em forma humana, para ocupar a cadeira de Pedro, deixada vazia pelo grande Papa João Paulo II. Por isso, este é um momento de grande esperança e júbilo, particularmente para os católicos, mas ouso dizer, para todos os homens e mulheres de boa vontade.

Realço, unicamente, três momentos recentes da vida do Cardeal Joseph Ratzinger, que mostram o seu carácter de homem de Igreja e ao serviço da Igreja no mundo de hoje em nome do Evangelho de Cristo, daquele que foi o grande delfim de João Paulo II na defesa da ortodoxia da fé da Igreja: em sexta-feira santa, na via-sacra no Coliseu de Roma, as fortes meditações sobre a Paixão de Cristo actualizadas no mundo de hoje; a homília da Eucaristia do funeral do Papa João Paulo II, em que, já no final, dizia à multidão, que o Papa João Paulo II estava na Casa do Pai e à janela, como tantas vezes tinha feito, abençoava a multidão e a homilia da Eucaristia, antes do início do Conclave, em que traçou, de forma clara e objectiva, as necessidades e desafios da Igreja do século XXI.

Hoje (19 de Abril), as primeiras palavras de Bento XVI à multidão presente na Praça de São Pedro e a todos que o quiseram ouvir em qualquer parte do mundo, foram simples e cheias de emoção. Recordamo-las:

Caros irmãos e irmãs, depois do grande Papa João Paulo II, os senhores cadeais elegeram-me a mim, um simples e humilde trabalhador na vinha do Senhor.

Consola-me o facto que o Senhor sabe trabalhar e agir também, com instrumentos insuficientes e, sobretudo, confio-me às vossas orações.

Na alegria do Senhor Ressuscitado, confiante da sua ajuda permanente, iremos em frente. O Senhor nos ajudará e Maria, sua Santíssima Mãe, estará ao nosso lado. Obrigado.

Uma última nota sobre a escolha do nome de Bento XVI. Logo surgiu o questionamento sobre a razão e significado desta escolha. Parece-me razoável dizer que este nome não tem nada de acaso, não fosse Bento o nome do principal patrono da Europa, de uma Europa que parece insistir em querer viver indiferente às suas raízes cristãs. E, não fosse o seu último livro um frontal questionamento à Europa que se constrói e sobre quais os seus fundamentos e valores? Mas, certamente que este não será um Papa só para a Europa, mas o Papa para todo o Mundo.

Uma página fechou-se. Outra foi aberta. E a Igreja segue o seu curso na história, onde Deus se revela em Amor para todos, sem excepção...

Padre Francisco Oliveira*
* Estudante do Colégio Pontifício Português


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